No filme “O Exterminador do Futuro”, o ciborgue vivido por Arnold Schwarzenegger tinha outra vantagem tecnológica para matar a garçonete Sarah Connor além de suas armas: sua visão mistura informações processadas em seus chips com o ambiente em que estava.

Na história, o truculento robô vivido pelo atual governador do Estado da Califórnia foi desenvolvido no ano de 2029. Pouco mais de 20 anos após o filme ser lançado nos cinemas, é possível afirmar que não precisaremos esperar mais duas décadas até que a visão de Schwarzenegger chegue aos humanos normais.

Ainda que de forma bastante primária, o filme foi um dos primeiros a introduzir no imaginário popular o conceito de realidade expandida que, amparada pela explosão de telefones celulares cada vez mais poderosos e a miniaturização de emissores de informação, começam a ganhar as ruas.

Da mesma maneira que o hipertexto introduziu o acesso ao conteúdo multimídia que pode ser organizado e reproduzido ao gosto do usuário, por múltiplas camadas, a realidade expandida acrescenta ao mundo real uma nova camada de informações por meio de aparelhos de comunicação.

Vamos a exemplos mais diretos. O órgão responsável pelo turismo na prefeitura de Buenos Aires instalou placas de mármore no chão em frente aos principais pontos turísticos da capital portenha.

Ao se interessar pela história do local, usuários com um celular habilitado por operadoras argentinas enviam mensagens de texto para o número reproduzido na placa e recebem de volta podcasts com material turístico, explicando a importância do marco e relembrando fatos históricos do local.

Ao invés de pedir que o usuário baixe os podcasts turísticos disponíveis no site e seu aparelho e o carregue durante o passeio, é possível acessar o conteúdo que lhe interessa durante a parte mais vantajosa do passeio - quando você está à frente da Casa Rosada, por exemplo.

A Nokia partiu do mesmo preceito para sofisticar a tecnologia e apresentar sua tecnologia Mobile Augmented Reality Applications (Mara) no começo do ano em um celular com GPS e bússola eletrônica.

Enquanto anda pela cidade, a plataforma localiza geograficamente onde o usuário está e carrega informações de um banco de dados da Nokia sobre locais próximos dali. Ao apontar a câmera do celular para tais locais, a Mara identifica em tempo real pontos de interesse para o usuário com informações complementares, como médicos dentro de um edifício ou o cardápio de um restaurante em um sobrado.